O transporte rodoviário é essencial para o funcionamento de qualquer país, mas as estradas também são palco de um grave problema social: os acidentes de trânsito. Em São Paulo, por exemplo, houve um aumento significativo no número de mortes em acidentes de trânsito, com 522 óbitos registrados entre janeiro e junho deste ano, o maior número desde 2015.
Entre 2010 e 2019, 392 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil, um aumento de 13,5% em comparação com a década anterior, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar desse aumento, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes começou a cair a partir de 2014, devido à crise econômica que reduziu a demanda por transporte. No entanto, com a recuperação econômica, essas taxas podem voltar a subir, especialmente com o aumento do uso de aplicativos de transporte, principalmente de motos.
Para reduzir as mortes no trânsito até 2030, são necessárias ações públicas efetivas. Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, do Ipea, destaca a importância da educação no trânsito e de campanhas permanentes, especialmente para motociclistas, que representam mais de um terço das mortes no Brasil. Ele também menciona que políticas de controle de velocidade tiveram um impacto positivo, reduzindo os atropelamentos em 25%. No entanto, o investimento em infraestrutura de segurança no trânsito tem diminuído, comprometendo o progresso nessa área.
A tecnologia tem desempenhado um papel crucial na redução de acidentes de trânsito. A indústria automobilística tem incorporado tecnologias avançadas, como o Sistema de Frenagem de Emergência Automatizado (AEB), que detecta tráfego parado e aciona os freios rapidamente, e o Aviso de Ponto Cego, que alerta o motorista sobre a presença de veículos em áreas de baixa visibilidade.
Faróis adaptativos, que se ajustam ao movimento do volante, e sistemas de colisão frontal são outras inovações que têm melhorado a segurança nas estradas. Câmeras avançadas também ajudam a monitorar a sonolência dos motoristas, enviando alertas quando detectam sinais de cansaço, uma das principais causas de acidentes.
A infraestrutura rodoviária inteligente, com sensores IoT e semáforos conectados, permite que as cidades melhorem suas estradas e gerenciem o tráfego de forma mais eficiente. Esses dados podem ser usados para monitorar acidentes em tempo real e investigar suas causas, ajudando a alcançar metas de desenvolvimento sustentável.
A chamada de emergência inteligente é outra inovação importante. Alguns veículos agora estão equipados com sistemas que enviam mensagens automáticas em caso de acidente, agilizando a chegada do atendimento médico. A BMW, por exemplo, possui um sistema que aciona automaticamente o serviço de emergência quando detecta uma colisão, enviando dados importantes sobre o acidente e a localização exata via GPS.
O erro humano é a principal causa de acidentes rodoviários, muitas vezes resultantes de práticas de direção inseguras. A tecnologia evoluiu a ponto de um celular poder rastrear comportamentos de direção perigosos. Aplicativos de direção segura, usados por seguradoras, alertam os motoristas sobre práticas arriscadas, como excesso de velocidade ou uso do telefone, ajudando-os a melhorar sua condução.
A Justos é um exemplo de como a tecnologia pode melhorar o trânsito no Brasil. Utilizando dados telemáticos, a insurtech analisa o comportamento de direção dos motoristas, recompensando aqueles que dirigem de forma segura e orientando os que apresentam comportamentos de risco. Desde janeiro, os melhores motoristas da Justos apresentaram uma média de 28% de melhora na avaliação de direção.
A solução tecnológica da Justos analisa diversos parâmetros de comportamento ao dirigir, como aceleração, velocidade e frenagem. Motoristas que dirigem de forma segura acumulam pontos que podem ser trocados por benefícios, como vouchers de Ifood e Uber, pontos Livelo e desconto na gasolina. Com esses incentivos, a Justos contribui para a diminuição dos acidentes, tornando o trânsito mais seguro.