Vitalik Buterin, criador do Ethereum, acredita que o Bitcoin precisa explorar novas soluções caso queira melhorar sua escalabilidade e casos de uso. Como exemplo, o desenvolvedor citou alguns artifícios usados pelo próprio Ethereum nos últimos anos.
Ainda em junho, Buterin já havia mencionado que o Bitcoin precisava ser atualizado. “Sabemos disso há mais de cinco anos”, comentou na ocasião.
Seu recente interesse pelo Bitcoin, somado ao seu amplo conhecimento sobre a tecnologia blockchain, poderia indicar que ele estaria tentado a trabalhar como desenvolvedor do Bitcoin.
No entanto, Buterin destacou que o Bitcoin possui “políticas estranhas”, ou seja, não seria um ambiente em que ele se encaixaria.
Criador do Ethereum propõe mudanças para o Bitcoin
Participando de um Twitter Spaces ao lado de Udi Wertheimer e Eric Wall na última quinta-feira (6), Vitalik Buterin falou bastante sobre o atual estado do Bitcoin.
Como destaque, o criador do Ethereum apontou que os Ordinals fizeram o Bitcoin “retornar para sua cultura de criação” e que isso é um “sinal de esperança” para o futuro do projeto.
Enquanto o desenvolvimento do Ethereum é classificado como “ande rápido e quebre as coisas”, o Bitcoin possui uma abordagem muito mais conservadora.
O próprio Taproot, última grande atualização do Bitcoin, acabou gerando discussões entre desenvolvedores mesmo levando anos para ser aprovado.
De qualquer forma, Buterin acredita que o Bitcoin precisa buscar novas soluções para solucionar seu problema de escalabilidade. Como sugestão, o criador do Ethereum sugeriu modelos já adotados por seu projeto.
“Acredito que se quisermos que o Bitcoin seja mais do que apenas pagamentos, ele precisará de opções de escala como Plasma ou ZK Rollups.”
O principal problema do Bitcoin, no entanto, estaria um grau acima. Segundo Buterin, o “Bitcoin tem uma política realmente estranha”, ou seja, isso estaria freando seu progresso.
Ethereum também segue com seus próprios desafios
Embora Vitalik Buterin tenha mencionado problemas de escalabilidade do Bitcoin, o Ethereum não parece ter encontrado uma solução. Como exemplo, as taxas de transação de ETH subiram 10x em minutos durante a queda das criptomoedas no mês passado.
Em tempos normais, as taxas também estão longe do ideal. No momento desta redação, uma transação de ETH está custando R$ 9,72, valor do obsoleto DOC bancário aqui no Brasil. Já transações de tokens chegam a ser 3 vezes mais caras.
No entanto, os maiores problemas do Ethereum parecem estar ligados a segurança. Como exemplo, o próprio Vitalik Buterin afirmou que não faz staking de todos seus ethers por questões de segurança.
“Provavelmente a maior razão pela qual eu não faço staking de todos meus ETH é porque se você fizer staking de seus ETH, as chaves que dão acesso a isso precisam ser públicas em um sistema que está online”, comentou Buterin em outra conversa. “Por segurança, precisaria ser [um endereço] multi-assinatura, e multi-assinatura para staking ainda é algo muito difícil de configurar.”
Compartilhando o vídeo, Charles Hoskinson, criador da Cardano (ADA) e ex-desenvolvedor do Ethereum, mostrou-se surpreso com as declarações de seu ex-colega.
“Tive que escutar algumas vezes. Estou sem palavras. Todas nossas ADA’s estão em staking. Um protocolo Proof of Stake deve ser projetado adequadamente.”
Por fim, cada projeto possui suas próprias prioridades. No caso do Bitcoin, é a segurança. Portanto, é difícil imaginar que seus desenvolvedores a substituam em prol de uma pseudo-escalabilidade.
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