O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), expressou preocupações sobre a transparência das recentes eleições na Venezuela, realizadas no último domingo (28). Em nota oficial divulgada na terça-feira (30), Pacheco afirmou que o governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, está se afastando dos princípios democráticos ao não garantir a lisura e a transparência do processo eleitoral.
Pacheco destacou que a legitimidade democrática depende da clareza e da honestidade no processo eleitoral, elementos que, segundo ele, não foram observados na Venezuela. Ele enfatizou que a luta pela democracia exige que todas as violações sejam apontadas e combatidas, sem seletividade ou casuísmo.
O senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que acompanhou as eleições como observador internacional, também criticou o processo, afirmando que as eleições estão “sob suspeição”. Rodrigues relatou que havia uma expectativa de que o resultado não seria pacífico e real, e que a falta de transparência foi evidente durante o pleito.
Rodrigues ressaltou a importância estratégica da Venezuela para o Brasil e afirmou que a normalização do processo eleitoral no país vizinho é de interesse brasileiro. Ele considerou “impossível” aceitar os resultados das eleições sem a devida transparência e legitimidade pela opinião pública.
O resultado das eleições, que declarou Maduro vencedor com pouco mais de 51% dos votos contra 44% do principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, foi recebido com perplexidade pela comunidade internacional. Diversos países democráticos e órgãos independentes apontaram irregularidades no pleito.
A oposição venezuelana acusou o regime de fraudar a eleição, e os protestos se espalharam pelo país. A falta de divulgação das atas eleitorais, que confirmariam os totais de votos, foi um dos principais pontos de contestação. Observadores internacionais também estranharam a proclamação imediata dos resultados, o que gerou uma “nuvem de dúvidas”.
Pacheco reforçou que a apresentação das atas das sessões eleitorais é crucial para legitimar a eleição. Ele criticou o governo venezuelano por criar dificuldades na divulgação dessas atas, o que, segundo ele, contribuiu para a desconfiança e a reação da oposição.
A situação na Venezuela continua tensa, com a comunidade internacional observando de perto os desdobramentos. O Brasil, por sua vez, mantém uma postura cautelosa, aguardando a divulgação das atas eleitorais para se posicionar oficialmente sobre o resultado das eleições.
Em meio às contestações, figuras políticas brasileiras, como o ex-juiz Sergio Moro e a ministra Marina Silva, também se manifestaram. Moro acusou o presidente Lula de ser cúmplice da repressão de Maduro, enquanto Marina Silva afirmou que a Venezuela não se configura como uma democracia.
A crise eleitoral na Venezuela destaca a importância da transparência e da legitimidade nos processos democráticos, e a comunidade internacional continua a pressionar por uma resolução justa e transparente.